Background

Notícias



entry image

FDA aprova novo medicamento para hipercolesterolemia

Novo medicamento foi aprovado pela agência americana (Food and Drug Admnistration – FDA) para ajudar a reduzir o colesterol LDL em adultos com hipercolesterolemia familiar heterozigótica ou doença cardiovascular aterosclerótica estabelecida, quando as estatinas forem consideradas insuficientes.

Trata-se do ácido bempedoico (comercializado como Nexletol), um inibidor da ATP citrato-liase oral, que aumenta a disponibilidade de receptores para LDL-c na superfície hepática.

Os efeitos do ácido bempedoico na morbimortalidade cardiovascular são desconhecidos, segundo informações do fabricante. Com relação ao uso, há orientação de acompanhar os níveis de ácido úrico naqueles que tomam ácido bempedoico, pois este pode aumentar o risco de gota. Além disso, o medicamento tem sido associado à ruptura do tendão e não deve ser usado em pacientes com distúrbios anteriores do tendão.


Estudos com ácido bempedoico
Na cobertura que fizemos do ACC 2019, comentamos sobre o estudo CLEAR Wisdom. O objetivo do estudo CLEAR foi avaliar a redução do LDL-c após 12 semanas de tratamento com 180 mg de ácido bempedoico por dia. Foram avaliados também os perfis lipídico e inflamatório e efeitos adversos em 24 semanas. Após 12 semanas, houve redução de 17.4% dos níveis de LDL-c (p <0.001).

O acido bempedoico surge como uma possibilidade no tratamento de hipercolesterolemia, quando as estatinas forem consideradas insuficientes. Apesar das evidências positivas, ainda é cedo para falar de substituição das estatinas, pois estes fármacos têm grande benefício na redução da mortalidade.

No Brasil, ainda precisamos aguardar a aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar o uso.


Dayanna de Oliveira Quintanilha - Residência em Clínica Médica na UFF ⦁ Graduação em Medicina pela UFF ⦁ Contato: dayquintan@hotmail.com ⦁ Instagram: @medayquintan

FONTE PEB MED


Persistência do coronavírus no ambiente: como evitar transmissão indireta por superfícies?

O novo coronavírus descoberto na China, o SARS-CoV2, causador da COVID-19, despertou a atenção mundial devido à sua maior transmissibilidade em relação a outros coronavírus epidêmicos. Além da transmissão pessoa-a-pessoa, já estabelecida, especula-se se outras formas de transmissão podem contribuir para a disseminação da doença. Com o primeiro caso confirmado no Brasil, precisamos estar cada vez mais atentos!

Pouco ainda se sabe sobre outras possíveis formas de transmissão, mas uma preocupação é com a possibilidade de transmissão por contato indireto por meio de superfícies. Uma revisão publicada na Journal of Hospital Infection avaliou as evidências existentes na literatura em relação à persistência de coronavírus em superfícies e à sua suscetibilidade aos agentes de limpeza e desinfecção comumente utilizados em ambiente.

Coronavírus em superfícies
A revisão incluiu publicações que continham dados originais sobre a persistência de coronavírus em superfícies e materiais e inativação por agentes biocidas usados para desinfecção. Como ainda não há informações sobre o SARS-CoV2, analisaram-se dados tanto sobre os coronavírus epidêmicos causadores de SARS e MERS, quanto coronavírus endêmicos e veterinários.

Resultados
A maioria dos dados referenciam-se ao HCoV-229E, um coronavírus endêmico, causador comum de infecções de vias aéreas superiores. Em diferentes materiais e superfícies, pode permanecer infeccioso por um período de 2 horas até nove dias. Temperaturas entre 30 e 40°C são capazes de diminuir a duração da persistência de coronavírus com maior patogenicidade, como o MERS-CoV.

Por outro lado, temperaturas mais frias parecem favorecer a persistência do vírus, que pode ser maior do que 28 dias, por exemplo, para alguns coronavírus veterinários a 4°C. O tamanho do inóculo também parece ser importante, estando maiores títulos virais associados a maior tempo de persistência.

Veja mais sobre coronavírus:

Quais as medidas de precaução para cada tipo de transmissão possível do coronavírus?
Em relação aos agentes de desinfecção, etanol (78-95%), 2-propanol (70-100%), a combinação de 45% 2-propanol e 30% 1-propanol, glutaraldeído (0,5-2,5%), formaldeído (0,7-1%) e iodopovidona (0,23-7,5%) inativaram prontamente a infectividade dos coronavírus em 4 logs ou mais. Hipoclorito de sódio foi eficiente quando em uma concentração mínima de 0,21%. Já peróxido de hidrogênio foi eficiente em uma solução de 0,5% e com um período de incubação de 1 minuto. Clorexidina 0,02% foi ineficaz.

Não há dados sobre a transmissibilidade de coronavírus a partir de materiais, mas estudos com os vírus influenza A e parainfluenza já demonstraram que a transferência de partículas virais infectantes para as mãos depois de contato com superfícies contaminadas é possível. Por esse motivo, o cuidado com o ambiente também deve fazer parte das medidas de precaução para evitar a disseminação do 2019-nCoV.

Mensagens práticas
Os resultados mostram que os coronavírus são capazes de permanecer infectantes em superfícies e materiais por até nove dias, tempo que pode ser alterado de acordo com características ambientais, como temperatura;
A persistência em superfícies reforça a necessidade de instituição de precaução de contato durante o atendimento e internação de pacientes com COVID-19;
As rotinas de limpeza e desinfecção dos ambientes em que os pacientes com COVID-19 são atendidos devem ser seguidas estritamente, conforme estabelecidas pelos protocolos de cada instituição.

Isabel Cristina Melo Mendes - Residente de Infectologia no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho – UFRJ ⦁ Graduação em Medicina na Universidade Federal do Rio de Janeiro

FONTE PEBMED