Avalio a gestão de Cuiabá da Saúde como ruim, diz diretor do Sindimed
Ruim, essa é a avaliação do diretor de Comunicação do Sindicato dos Médicos do Estado de Mato Grosso (Sindimed-MT), Adeildo Lucena perante os últimos acontecimentos na saúde de Cuiabá.
O Sindimed vem recebendo várias denuncias de médicos sobre perseguição, excesso de trabalho, falta de insumos para trabalhar, falta de pagamento a empresas terceirizadas, falta de concurso e um plano de careira para os médicos mostra a dificuldade que a saúde vem enfrentado. “O prefeito Emanuel Pinheiro tinha intenção de acertar na saúde, quando escolheu para comandar a pasta a servidora Ellizeth Araújo. Mas, infelizmente, outros interesses sobrepujaram a boa vontade. Depois disso, uma série de problemas aconteceu, inclusive envolvendo a Justiça”, comenta Adeildo.
Ele cita que hoje há muitos penduricalhos que dão a impressão que o salário pago ao médico é bom, como o Prêmio Saúde, mas que é preciso se incorporar isso ao salário para garantir uma aposentadoria conivente com o trabalho que foi desenvolvido, já que esses valores pagos como penduricalhos não continuam sendo pagos na aposentadoria. “Depois de 35 anos de trabalho, receberá em torno de 40% do que ele ganha hoje. Portanto, existe uma proposta da própria gestão. Estamos tentando retomar esse assunto, mas parece que não há qualquer intenção por parte da Prefeitura”, diz ele.
Escândalo na Saúde
Adeildo avalia que uma das mudanças na gestão que atrapalhou e muito o avanço da saúde em Cuiabá foi a troca da Elizeth pelo Huark Douglas Correa. “Não estamos julgando as pessoas. Mas é evidente que iremos acompanhar o desenrolar dos acontecimentos, que estão sendo apurados pelo Ministério Público do Estado. E pior é que existem outras empresas como as envolvidas no suposto esquema de desvio de recursos da saúde que ainda continuam por aí, atuando em contratos públicos. É um absurdo uma empresa dessas ganhar R$ 1.700,00 para um plantão de 12h e pagar R$ 900,00 ao médico”, questiona o médico.
Novo Pronto-socorro
Referente ao Novo Pronto-socorro Adeildo diz que é preciso se respeitar a Constituição Federal e realizar concurso público. E que o Sindicato não concorda com o modelo de contratação e gestão do Hospital Municipal de Cuiabá. “Não conseguimos entender como a Prefeitura não consegue cumprir com seu papel. O prefeito precisa assumir seu papel. Terceirizar a responsabilidade dá margem para equívocos do passado, como aconteceu com as Organizações Sociais. É claro que a medida atende alguns interesses privados. Esse problema vai eclodir mais cedo ou mais tarde. E quem paga o pato, claro, é sempre a população que necessita do atendimento público”, lembra o diretor.
Adeildo ainda vê como uma incógnita como a Prefeitura manterá o HMC e o antigo Hospital e Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá funcionando ao mesmo tempo. “Se nem o atual eles dão conta de tocar direito. Faltam insumos, medicamentos e equipamentos. Faltam médicos nas Unidades de Terapia Intensiva. Tem médico que não tira férias há três anos, pois não consegue se ausentar por falta de substituto. Construir prédio não é difícil. Difícil é manter. Claro que torcemos para que dê certo. Mas a realidade já demonstra que não deverá ser diferente”, alerta Adeildo.
Adeildo faz questão de falar sobre uma das conquistas do Sindimed que foi o pagamento da Revisão Geral Anual RGA de Cuiabá, que foi acordada na época do então prefeito de Cuiabá, Chico Galindo, mas não foi cumprido. “Por isso, tivemos que entrar na Justiça para poder receber. E ganhamos. A gestão atual vem pagando os reajustes atuais. E o que ficou pra trás, embutiu no reajuste que foi concedido a todos os servidores”.
FONTE SINDIMED