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Interventora afirma que mais de 17 mil pessoas morreram na fila de espera por cirurgias em Cuiabá

Um número assustador de pessoas que morreram em filas de espera por cirurgia em Cuiabá foi apresentado na manhã desta terça-feira (23), pela interventora Daniella Carmona, na Comissão Temporária Externa da Assembleia Legislativa de Mato Grosso.

De acordo com a interventora que fez um balanço dos 60 dias à frente da saúde municipal, foi levantado que 17.682 pessoas morreram na fila de cirurgia do SUS (Sistema Único de Saúde), na Capital.

Para chegar ao número, Daniela explicou que a equipe do gabinete de intervenção entrou em contato com familiares das pessoas que aguardavam por cirurgias, e descobriram que essas já estavam mortas.

“Esse número foi alcançado a partir do cruzamento de dados entre o Sistema Nacional de Regulação (SISREG) e o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM)”, explicou a interventora.

No entanto, Carmona não soube especificar se as vítimas morreram esperando pelas cirurgias e tiveram intercorrências no quadro clínico, ou morreram por outro motivo.

Outro dado apresentado pela interventora, foi a aquisição de medicamentos e também uma economia de mais de R$ 3 milhões somente com um contrato de sistema de videomonitoramento que estava superfaturado.

“Por isso, a necessidade de rever contratos para garantir que as políticas públicas sejam concretizadas nas suas mais diversas necessidades à população”, declarou.

Em relação ao quadro de médicos, ela disse que houve a contratação de 120 médicos via processo seletivo simplificado. Que as unidades de saúde contam com 100% de médicos. Bertucini afirmou que a intervenção fez a convocação de 137 médicos aprovados no concurso público nº 001/2022 da Secretaria Municipal de Saúde.

Outra demanda que foi retomada foi a de cirurgia. Segundo ela, houve um aumento das cirurgias no Pronto Socorro de Cuiabá, depois de quatro meses de suspensão. Bertucini disse ainda que, nesse período, cresceu em 77% as cirurgias eletivas e em 18% as de urgência nos hospitais municipais. No HMC, por exemplo, houve um aumento de 25% das cirurgias ortopédicas.

Segundo a interventora, nos 68 dias, houve a redução de R$ 21 milhões com contratos. Com dedetização, por exemplo, a economia chegou a R$ 1,714 milhão. Outra economia foi com aluguel de carros, que foi da ordem de R$ 238 mil. A intervenção rompeu o contrato com o Sistema SGD Próton, que não era usado pela Secretaria de Saúde, na quantia de R$ 14,9 milhões.

O presidente da a Comissão de Saúde, Previdência e Assistência Social da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), afirmou que mesmo com os avanços há problemas estruturais que comprometem o atendimento à população, mas outras foram positivas. Ele citou, por exemplo, a lotação de médicos nas unidades básicas de saúde.

“Tínhamos mais de 40 unidades sem médicos, na atenção primária. Nesses 68 dias, as ações foram positivas. Outra ação positiva foi a potencialização do papel Pronto Socorro Municipal para a realização de cirurgias. Mais há questões estruturais que vão além da intervenção, que é de responsabilidade dos governos estadual e municipal. É inaceitável as condições estruturais da Policlínica do Coxipó. Ela já foi referência em atendimentos secundários na capital”, pontuou Lúdio Cabral.

FONTE DIARIO DIGITAL MT