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Azitromicina não tem efeito sobre covid-19, mas auxilia tratamento

Ainda que a Organização Mundial da Saúde não tenha um medicamento de eficácia comprovada contra a covid-19, no Brasil, a cartilha do Ministério da Saúde orienta o uso da azitromicina nos primeiros 5 dias de tratamento da doença. O antibiótico, que é considerado um dos mais importantes do século 20, tem sido combinado ao uso da hidroxicloroquina para tratar pacientes infectados com o novo coronavírus, como o prefeito Bruno Covas, que contraiu a doença em junho deste ano.

Por se tratar de um antibiótico da classe dos macrolídeos, isto é, utilizado em bactérias atípicas. A eficácia dessa medicação não é contra o vírus causador da covid-19, mas no controle da síndrome respiratória aguda, principal sintoma da doença. É o que dizem três especialistas na linha de frente do combate à epidemia consultados pelo R7.

O medicamento age na diminuição de infecções, pois a pneumornia viral abaixa a imunidade e pode se manifestar com infecções secundárias.”, explica Raquel Muarrek, infectologista da Rede D’or.

Como funciona a medicação?

De acordo com o pneumologista Lucas Bello, professor de medicina da Unic Beira Rio, a medicação pode ser usada em um comprimido de dose única, a cada 24 horas, por pelo menos 3 à 7 dias do início do tratamento.

“Em alguns locais, percebeu-se que a azitromicina utilizada no início do tratamento da covid-19 obteve uma boa resposta, diminuindo a quantidade de vírus presentes no sistema respiratório do paciente.”

O médico cardiologista Dante Serra, PhD pela Universidade de São Paulo, que tem atuado diretamente nas UTI’s do Hospital IGESP, explica que um dos maiores benefícios do medicamento é seu efeito a longo prazo.

“A azitromicina age como bacteriostática, ou seja, impede que a bactéria produza as proteínas que necessita para se multiplicar. É um medicamento de eliminação bem longa e continua fazendo efeito por um tempo após o paciente parar de tomar.”

Embora ainda não existam confirmações da eficácia da medicação no tratamento contra o novo coronavírus, o pneumologista Lucas Bello defende que os pacientes que fizeram uso da azitromicina tem apresentado uma evolução favorável no quadro da doença.

“Como tudo ainda é muito novo, ainda não foram desenvolvidos trabalhos e pesquisas que pudessem trazer essa confirmação de que o remédio funciona. Mesmo assim, o uso do medicamento está sendo feito em diversos lugares do Brasil, tendo um retorno positivo no tratamento da covid-19.”


Contra indicações

Apesar das pesquisas incipientes sobre o coronavírus, os três profissionais explicam que a única contraindicação no uso da azitromicina seja para pacientes que apresentam quadro alérgico aos macrolídeos, base da azitromicina, que é geralmente utilizada em quem possui resposta alérgica à penincilina.

“Basicamente a contraindicação é a alergia a droga. Em pacientes que tem problemas hepáticos, gestantes, e mulheres amamentando devem ser usados com cuidado”, alerta Senra.

FONTE R7