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ARTIGO Covid-19: 1 milhão de doses de vacina serão produzidas em fase experimental

A Merck em parceria com o Jenner Institute da Oxford University, na Inglaterra, vai produzir 1 milhão de vacinas para a Covid-19, mesmo com os testes ainda em fase experimental, com a adesão de 510 voluntários.

Os pesquisadores produzirão a vacina em larga escala antes mesmo dos resultados dos testes. A equipe conseguiu reduzir o tempo de desenvolvimento do processo, normalmente de seis meses a um ano, para apenas dois meses.

Brasil tem 200 voluntários para os testes de vacina
Cerca de 200 brasileiros se inscreveram em uma plataforma internacional que está convocando voluntários dispostos a se infectar de propósito com o novo coronavírus em testes múltiplos de vacinas. A plataforma, chamada 1 Day Sooner, já conta com 3,9 mil inscritos de 52 países.

Os participantes do estudo precisam passar duas semanas em um estabelecimento de isolamento clínico, realizando testes virais e sorológicos, para excluir aqueles com infecção anterior ou recente.

Uma preocupação particular com relação a algumas construções de vacina contra o novo coronavírus é que elas podem induzir doenças mais graves após a infecção, como foi relatado em modelos animais de candidatos à vacina SARS e MERS. Se qualquer candidato à vacina mostrar evidência de tais efeitos em modelos animais, é provável que seja descartado para testes em humanos.

Atualmente, há 76 vacinas contra a Covid-19 sendo desenvolvidas, 71 em estágio pré-clínico e cinco em fase clínica, de acordo com um balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS), com dados até 20 de abril.

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No final de março, pesquisadores americanos e ingleses publicaram um estudo científico no Journal of Infectious Diseases defendendo os testes múltiplos em voluntários para acelerar o desenvolvimento de vacina contra a Covid-19.

“Esses ensaios podem subtrair muitos meses do processo de licenciamento, disponibilizando vacinas eficazes mais rapidamente”, argumentam no artigo.

Eles também avaliam que os riscos de infectar voluntários com Covid-19 seriam amenizados se os testes forem realizados em indivíduos que não estão em grupos de risco.

Segundo os autores do estudo, uma nova cepa de coronavírus os obriga a considerar abordagens não convencionais. “Acreditamos que estudos controlados de desafio à vacina contra a SARS-CoV-2 podem acelerar o tempo necessário para avaliar e licenciar vacinas e, portanto, poderiam disponibilizar as vacinas mais cedo para a implantação generalizada. Essa abordagem não é isenta de riscos, mas toda semana que a implantação da vacina é atrasada será acompanhada por muitos milhares de mortes em todo o mundo. É importante ressaltar que estudos de desafio são conduzidos no contexto do consentimento informado dos voluntários competentes, minimização dos riscos do estudo e altos riscos de infecção para os participantes. Eles não violam os direitos individuais dos participantes no altar da resposta a emergências, mas atendem aos direitos individuais e à emergência global de saúde pública”, diz o artigo.

Colaboração para acelerar as pesquisas de Covid-19
No final de abril, a OMS lançou uma iniciativa para acelerar o desenvolvimento, a produção e o uso de medicamentos, testes e vacinas seguros e eficazes para prevenir, diagnosticar e tratar a Covid-19.

Segundo a entidade internacional, a iniciativa Access to Covid-19 Tools Accelerator tornará as tecnologias contra a doença acessíveis a todos que precisam delas, no mundo inteiro.

“O mundo precisa rapidamente dessas ferramentas. Estamos enfrentando uma ameaça comum, que só podemos derrotar com uma abordagem comum”, afirmou Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, no lançamento da iniciativa.

A OMS não cita os testes múltiplos, mas afirma que é preciso “testar todas as vacinas candidatas até que elas falhem”.

Úrsula Neves
Jornalista carioca. Diretora executiva do Digitais do Marketing, repórter freelancer do Portal UOL – VivaBem Alimentação e colunista de cultura e maternidade dos sites Cabine Cultural e Feminino e Além, respectivamente.


FONTE PEB MED