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Risco de elevar contágio da Covid-19 leva Fórum a pedir volta do isolamento social

O Fórum de Saúde de Mato Grosso composto por profissionais da saúde pública e privada, juntamente com diversas entidades, entre as quais a Rede de Médicas e Médicos Populares, Associação dos Docentes da UFMT, além de vários movimentos sociais emitiu um manifesto, mostrando a gravidade da pandemia e solicitando a revogação dos decretos que flexibilizam as medidas de isolamento social e a reabertura do comércio em plena curva ascendente de infecção por coronavírus por todo Estado.

O Fórum Estadual de Saúde tem como objetivo lutar pelo avanço das Políticas de Saúde em Mato Grosso, tendo o Sistema Único de Saúde (SUS), como o ponto central da convergência das agendas de trabalho. De acordo com o professor aposentado da UFMT e representante do Fórum, Waldir Bertulio, o SUS vem sendo atacado e enfraquecido, especialmente, com enfraquecimento do financiamento, da baixa em recursos humanos, ao aporte logístico geral e pela pressão ao seu desmonte e ataques a setores estratégicos na assistência a saúde, no caminho da privatização.

O Fórum Estadual de Saúde tem como objetivo lutar pelo avanço das Políticas de Saúde em Mato Grosso, tendo o Sistema Único de Saúde (SUS), como o ponto central da convergência das agendas de trabalho
"Este último manifesto é em defesa de lógicas que correspondam aos princípios do SUS. Centramos no método epidemiológico para análise e intervenção em pandemias. No momento, os cenários epidemiológicos nos colocam ainda em risco. Assim, este momento ainda é cedo para sair do isolamento horizontal que adotamos como lógica epidemiológica para este enfrentamento. Ainda estamos em risco de ocorrer uma expansão repentina, como as que estamos assistindo. É irresponsável e desumano colocar a economia acima da defesa e proteção de vidas, em vez de caminharmos em confronto com este pensamento, que só enfraquece e desfinancia o SUS", ressalta Waldir.

Ainda segundo Bertúlio, a preocupação do Fórum é assegurar que não passem por cima de princípios essenciais para que saiam o mais rápido possível desta pandemia que assola o país.

"Na luta contra a pandemia falta muito dos recursos necessários para conseguir conter a doença em sua escalada [...] Caiu a força de cobertura assistencial do SUS que tinha como um dos seus princípios a resolutividade, isto é, resolver em suas hierarquias, instâncias de atendimento os problemas demandados ao sistema", avalia.

Até o momento, 11 óbitos foram registrados em Mato Grosso, sendo dois em Cuiabá. Enquanto a Covid-19 avança, os membros do Fórum apontam que a infraestrutura da saúde nunca supriu a demanda dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) “muito menos agora diante da iminente ameaça de expansão da pandemia [...] Lembramos que a estrutura de saúde em Mato Grosso é bastante fragilizada pela terceirização dos hospitais, que nunca supriram a demanda de UTI’s, muito menos agora, diante da real ameaça de expansão dessa pandemia em Mato Grosso, não temos medicações nem equipamentos de proteção individual em quantidade e qualidade necessários, que dirá respiradores e leitos de UTI suficientes”, dizem no documento.

Após quase 40 dias da publicação do decreto que instituía o isolamento social em Cuiabá, o prefeito Emanuel Pinheiro avaliou como assertivas as decisões tomadas até o momento para conter o avanço do novo coronavírus na capital mato-grossense e diz que medida de retomada gradativa das atividades econômicas não significa voltar à normalidade, mas um processo de adaptação pra um novo funcionamento de sociedade cuiabana.

“É bom que a população saiba que não estamos na normalidade. Estamos demonstrando até agora que as medidas tomadas pela prefeitura, com apoio da maioria da população, está nos colocando numa situação de certo controle e estabilidade no combate a COVID-19, mas não vencemos a guerra não, temos que continuar alertas e vigilantes. O melhor caminho, a minha orientação como prefeito é o isolamento social, ficar em casa o tanto quanto puder, só sair o estritamente necessário, cuidar e proteger os grupos de risco, principalmente os idosos”, explicou.

FONTE O BOM DA NOTÍCIA